… “após a minha estadia nos Estados Unidos, uma companhia japonesa de produção de filmes, pediu-me para filmar um combate contra um touro. Era uma proposta interessante pela qual eu esperava há bastante tempo. Ao aceitar, esperava popularizar mais o Karate por todo o mundo. Para este novo combate, decidi diminuir o meu peso, para ganhar em rapidez… Era minha intenção apanhar o animal pelos cornos, para o poder derrubar e depois partir-lhe os cornos com Shuto (sabre da mão), antes que ele se levantasse… Este touro pesava mais de 600 kg e foi-me impossível, num primeiro tempo, desequilibrá-lo … Ao fim de alguns minutos de confronto senti qualquer coisa de estranho; o animal acabava de me ferir com um dos chifres! O sangue começava a correr. Tudo à minha volta, o céu, a areia, o sol, ficavam brilhantes e turvos.. É então que eu sinto saltar do mais profundo de mim, uma espécie de força milagrosa. Num instante, esqueci a dor e o enfraquecimento. Na esplêndida luz desse dia, vi um imenso objeto preto descer sobre mim e levar a minha morte com ele. Mas, alguns segundos mais tarde, conseguia fazer perder o equilíbrio ao animal e bati uma primeira vez num corno, mas sem sucesso.. Bati mais três vezes ainda, mas sem resultado. Finalmente consegui desequilibrá-lo, completamente. Os segundos que se seguiam iriam ser decisivos. Eu tinha decidido fazer de maneira a acrescentar à força do animal a minha própria força, para poder partir-lhe um dos cornos. Eu tinha que deixar o pescoço do animal e bater ao mesmo tempo que ele se levantasse… Era, sem dúvida, a minha última oportunidade e tentativa. Consegui partir o chifre e mostrava-o ao público” …